A antiga Estação Ferroviária de Santa Cruz das Palmeiras foi inaugurada em 1892 como ponta de linha provisória do ramal de Santa Veridiana, a cerca de um quilômetro do centro da vila que lhe deu o nome. Em 1911, era um ponto de grande tráfego e, dois anos depois, com a construção da próxima estação de Baldeação, que possibilitava a ligação do ramal com o tronco da Mogiana, teve ainda mais movimento. Em 1968, com a desativação do trecho entre Palmeiras e Baldeação, a estação passou a ser o ponto final do agora chamado ramal de Santa Cruz das Palmeiras. Porém, por pouco: em 1976, a linha foi desativada e a estação fechada. O prédio se conservou, sendo hoje utilizado como centro cívico e cultural da cidade.

Ainda no século XIX, destemidos fazendeiros e posseiros já se assentavam nessas terras com o objetivo primordial de cultivar café. Alguns, ao desistirem da empreitada, partem com suas famílias para Curitiba com a mesma intenção. Outros, no entanto, resistem e permanecem. Em 1867, com a conclusão da estrada de ferro de Santos a Jundiaí, pelos ingleses da São Paulo Railway Company, os paulistas superam o maior obstáculo à exportação do café: a Serra do Mar. Com elevado espírito cristão, um dos fazendeiros ergue uma capela, embrião do povoado não tão longe da Biquinha, no Córrego das Palmeiras, onde tropeiros e burros de carga descansavam ao usar o caminho de Pirassununga rumo a Casa Branca e que, muito antes, estivera no roteiro dos bandeirantes em busca de riquezas nas Minas Gerais, do ouro em Cuiabá e de pedras preciosas em Goiás. Em maio de 1876, a capelinha é inaugurada e o pequeno povoado passa a ser chamado Santa Cruz dos Valérios, até se tornar oficialmente Santa Cruz das Palmeiras.

Crédito foto: Adriano Mizael Gonçalves